2º/2º GT - Esquadrão Corsário

 

O Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, o Esquadrão Corsário, foi criado pela Portaria nº 008/GM3, de 18 de janeiro de 1968, na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para operar os quadrimotores Douglas C-118 Liftmaster da Força Aérea Brasileira. No dia 22 de abril, o Esquadrão Corsário iniciou suas atividades, servindo principalmente ao Correio Aéreo Nacional (CAN) em suas linhas nacionais e internacionais e provendo apoio ao Projeto Rondon.

Até dezembro de 2016 o 2º/2º GT estava subordinado à Quinta Força Aérea (V FAe). Com o objetivo de promover o incremento da eficiência administrativa e maior racionalidade da estrutura organizacional, em dezembro de 2016 o Comando da Aeronáutica extinguiu o Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), as quatro Forças Aéreas (I FAe, II FAe, III FAe e V FAe) e os Comandos Aéreos Regionais (I COMAR, II COMAR, III COMAR, IV COMAR, V COMAR, VI COMAR e VII COMAR). Nesse processo de reestruturação, o COMGAR foi substituído pelo Comando de Preparo (COMPREP), o COMDABRA pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e as Bases Aéreas foram incorporadas pelas Alas, passando a subordinação das suas Unidades Aéreas para as respectivas Alas. Assim, em janeiro de 2017, a Base Aérea do Galeão foi desativada e passou a fazer parte da Ala 11, sediando o 2º/2º GT Esquadrão Corsário, o 1º/2º GT Esquadrão Condor, o 1º/1º GTT Esquadrão Coral, o 2º/1º GTT Esquadrão Cascavel, o 1º/1º GT Esquadrão Gordo e o 3º ETA Esquadrão Pioneiro.

Em junho de 2019, com o encerramento do contrato de aluguel do Boeing C-767 FAB-2900 (767-300ER), o Esquadrão Corsário foi desativado. Em meados de 2020, o Comando da Aeronáutica decidiu reativar os Comandos Aéreos Regionais, porém as Alas não foram extintas e as Bases Aéreas foram reativadas e receberam de volta o comando das suas Unidades Aéreas. No dia 26 de julho de 2022, o Esquadrão Corsário foi reativado, ao receber o Airbus C-30 FAB-2901.

Aeronaves

Com a desativação dos Douglas C-118 Liftmaster em 1975, o Esquadrão Corsário recebeu seis BAe (Hawker Siddeley/Avro) C-91A Avro, equipados com motores turbo-hélice. Em abril de 1978 os C-91A foram entregues ao Esquadrão Condor e em seu lugar passaram a operar os Embraer C-95A Bandeirante, de fabricação nacional.

Entre os anos de 1986 e 1987, o Esquadrão Corsário recebeu quatro Boeing 707-320, designados KC-137 na FAB, equipados com quatro motores a jato e grande capacidade de carga, possibilitando a ampliação de suas atividades. As quatro aeronaves pertenceram à empresa aérea VARIG e foram modificadas na Boeing Military Company, em Wichita (Kansas - USA) para atuarem como aviões de reabastecimento em voo (REVO), transporte aerologístico e transporte especial. Os quatro aviões receberam os números de série FAB-2401, FAB-2402, FAB-2403 e FAB-2404, com a conversão operacional dos pilotos e mecânicos realizada pela VARIG. Com o KC-137 o Esquadrão Corsário realizava missões de reabastecimento em voo, transporte de tropa e de carga, além da formação e adestramento das suas equipagens operacionais e equipes de manutenção, capacitando-as ao emprego em combate.

Nas missões REVO o Esquadrão Corsário realizava o apoio e reabastecimento dos caças da FAB em todo o território nacional e até no exterior, durante exercícios militares. De julho de 1986 até a chegada do Airbus VC-1A no início de 2005, o Esquadrão Corsário realizou o transporte do Presidente da República em viagens oficiais ao exterior com o KC-137 FAB-2401, que teve o seu interior modificado para o padrão de transporte VIP, mas manteve a sua capacidade REVO. Essa aeronave tinha como missões principais o REVO e o transporte de tropa, mas podia ser convertida novamente para o transporte VIP.

No dia 26 de maio de 2013, o FAB-2404 sofreu um acidente ao decolar do Aeroporto Internacional Toussaint Louverture, em Porto Príncipe, no Haiti, quando trazia de volta 131 soldados brasileiros integrantes da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), além de 12 tripulantes. Não houve feridos e a aeronave não sofreu grandes danos, mas a sua recuperação em um país distante envolveria grandes esforços materiais e humanos, motivo pelo qual a Força Aérea Brasileira decidiu desmontá-la e trazer de volta por via marítima, para ser utilizada como fonte de peças para as outras três aeronaves.

No dia 10 de outubro de 2013, durante a Cerimônia Militar realizada na Base Aérea do Galeão para comemorar os 45 anos do Esquadrão Corsário, a Força Aérea Brasileira anunciou a aposentaria dos três Boeing KC-137 restantes, após 27 anos de atividades. Como não havia nenhuma aeronave para substituí-los, o Esquadrão Corsário suspendeu as suas atividades enquanto aguardava a chegada de um novo vetor.

No dia 08 de junho de 2016, a Força Aérea Brasileira assinou em Washington, Estados Unidos, um contrato com a Colt Transporte S.A. para o aluguel de um Boeing 767-300ER por um período de três anos, prorrogável por mais um, incluindo a manutenção e o seguro da aeronave. Entregue oficialmente no dia 10 de julho de 2016 e designada como C-767 com a matrícula FAB-2900, essa aeronave veio para cumprir missões de transporte estratégico, ajuda humanitária, missões diplomáticas e transporte aerologístico solicitadas ao Esquadrão Corsário, proporcionando uma capacidade de carga e alcance muito superior ao seu antecessor, podendo transportar 257 passageiros ou até 38 toneladas, com volume total de 115 m3 somando os dois porões. Com o final do contrato, a aeronave foi devolvida para sua proprietária e o Esquadrão Corsário foi desativado.

Em janeiro de 2021, a Força Aérea Brasileira anunciou a intenção de adquirir duas aeronaves Airbus A330-200 para equipar o Esquadrão Corsário. A licitação internacional foi aberta em janeiro de 2022, como parte de um projeto denominado KC-X3 a ser cumprido em duas etapas, com contratos distintos: o primeiro para a compra de duas aeronaves e o segundo para a conversão delas para o padrão MRTT (Multi-Role Tanker Transport). A empresa Azul S.A. venceu o primeiro contrato oferecendo as aeronaves MSN (Manufacturer Serial Number) 1492, de sua frota, e o MSN 1508, adquirida no mercado internacional. No dia 26 de julho de 2022, o primeiro Airbus C-30 (MSN 1492 ex-PR-AIS "Voa Brasil" da Azul Linhas Aéreas) matriculado FAB-2901 pousou na Base Aérea do Galeão, durante a cerimônia que marcou a reativação do Esquadrão Corsário.

O Airbus A330-200 está equipado com dois motores turbofan Rolls-Royce Trent 772B-60 com 32.200 kgf de empuxo cada um, com velocidade de cruzeiro de 870 km/h e autonomia acima de 12.000 km ou 15 horas de voo, podendo transportar até 335 passageiros em classe única, porém, na Azul Linhas Aéreas, as aeronaves desse modelo foram configuradas para transportar 242 passageiros em três classes. As dimensões externas são de 58,37 metros de comprimento, 60,30 de envergadura e 17,80 de altura, com peso vazio de 170.000 kg e peso máximo de decolagem na faixa dos 242.000 kg. Na Força Aérea Brasileira os C-30 vão cumprir missões de transporte aeroestratégico, apoio logístico, ações humanitárias e evacuação aeromédica. Quando forem convertidos para o padrão MRTT (Multi-Role Tanker Transport), serão identificados como KC-30 e utilizados também em missões de reabastecimento em voo.

Fonte: SPOTTER / CECOMSAER

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